Forma aguda da septicemia causada por edwardsielas: a forma aguda é aquela que ocorre mais de imediato. É mais agressiva desde o início de seu surgimento. A bactéria (Edwardsiela) é ingerida e absorvida pelo organismo onde irá infectar diversos órgãos. A manifestação clínica desta forma aguda é mais interna do que externa. Há pouca presença de lesões e ulceras externas, mas no exame de necropsia os órgãos internos deflagram os malefícios causados pela bactéria. Órgãos como o fígado, baço e intestino são os mais afetados. Estes peixes acometidos pela forma aguda mostram-se apáticos, com perda de apetite e natação irregular. Nos estágios mais avançados da septicemia pode ocorrer exoftalmia (olhos saltados), distenção do ventre (ascite/hidropsia) e as lesões cutâneas características a exemplo das ilustrações anteriores. Forma crônica da septicemia causada por edwardsielas: a bactéria atinge o peixe pela via nervosa através do trato olfatório localizado nas duas fossas nasais (fundo cedo nos peixes). A infecção atinge as meninges e finalmente a pele onde pode ocorrer o Buraco na Cabeça. (não confundir esta patogenia do buraco na cabeça com a patogenia da doença dos discos, pois são completamente diferentes). A progressão da doença é mais lenta do que a forma aguda, mas nem por isso menos fatal.
Forma crônica de uma septicemia causada por Edwardsiella Tarda. Visualização característica do Buraco na Cabeça, posteriormente a infecção das meninges. Fonte: Rodrigo G. Mabilia
Infecções por Streptococcus As infecções bacterianas causadas por Streptococcus ganham mais destaque recentemente. Uma das bactérias mais associadas ao gênero é o Streptococcus inae. A ocorrência desta doença está associada a altas temperaturas como ocorrem no verão e sob condições controladas de aquários tropicais. Sinais Clínicos e Patogenia da infecção por Streptococcus: os sinais clínicos da infecção bacteriana causada pelo streptococcus inclui a exoftalmia (olhos saltados) entre os mais característicos. No entanto, sob exame clínico, este não é um sinal clínico exclusivo desta doença, embora muito intuitivo. É importante observar também a presença de congestão (avermelhamento) e hemorragias na base das nadadeiras peitorais, nadadeira caudal e na boca.
Visualização da base de nadadeira peitoral congesta. Fonte: Rodrigo G. Mabilia
Sinais clássicos de exoftalmia (Pop eye, ou olhos saltados)geralmente associado a infecção bacteriana, entre elas as causadas por Streptococcus. Fonte da Imagem: www.elacuarista.com
Espadinha infectado por Micobacterium. Muito comum encontrar entre os criadores desta espécie diversos exemplares apresentando esta condição de escoliose e retração do ventre. No entanto, é necessário fazer o diagnóstico diferencial para deficiências nutricionais tais como: o aminoácido triptofano e vitamina C. Fonte: Rodrigo G. Mabilia
A micobacteriose, ou tuberculose dos peixes possui espécies de agentes patogênicos que infectam peixes marinhos, o Micobacterium marinum. Já em peixes de água doce há o Micobacterium fortuitum. Há outras sinonímias, mas estas não são consideradas oficiais sistematicamente e, portanto, são irrelevantes.
No aquarismo, a tuberculose dos peixes tem uma alta ocorrência em caracídeos como o caso dos néons e peixes da família poecilidae como o caso de lebistes, molinésias, platys e espadinhas.
Sinais Clínicos e Patogenia da tuberculose de peixes: os sinais clínicos da tuberculose são crônicos, iniciando com o tão citado emagrecimento progressivo e perda do apetite. O segundo estágio é a deformação da coluna vertebral. Os peixes costumam ficar muito debilitados com uma natação muito irregular na superfície da água, ou parados no fundo. O tratamento não é fácil, uma vez que, na maioria dos casos, são peixes velhos com o sistema imune deprimido e incapazes de desencadear uma recuperação.
continua em V -Guia Ilustrado de Doenças Bacterianas em Peixes Ornamentais
Nenhum comentário:
Postar um comentário