Há com a progressão da doença uma perda gradual da nadadeira caudal com: erosões, perda da coloração, esbranquiçamento e, por fim, exposição dos raios da nadadeira caudal. Fonte: Rodrigo G. Mabilia
Guia Ilustrado das Principais Doenças Bacterianas dos Peixes Ornamentais
Por Rodrigo G. Mabilia - Médico Veterinário
As enfermidades de origem bacteriana em peixes ornamentais são muito freqüentes. Existem diversos gêneros de bactérias que podem causar doença nos peixes e levá-los a morte. É importante deixar bem claro que a ocorrência de uma doença bacteriana está associada a falhas graves de manejo. Falhas estas que submetem os peixes a condições estressantes desde a captura, criação, passando pela comercialização e finalmente pelo aquarista. Um agente bacteriano, por si só, é muito improvável de causar uma doença. É preciso que o peixe de alguma forma esteja debilitado.
Sugestão : ver artigo sobre estresse e o SAG (Síndrome de Adaptação Geral) aquí no Aquablog.
Os principais fatores que predispõem a manifestação destas enfermidades, quase sempre são os mesmos: a má qualidade de água e a alimentação deficiente. Por esta razão, seria muito importante que o aquarista estivesse atento para algumas práticas de manejo relacionadas à manutenção da qualidade de água em seu aquário e durante da escolha da dieta de seus peixes ornamentais para prevenir infecções bacterianas. É preciso compreender também que diversas bactérias são encontradas normalmente na água, substrato e inclusive no trato intestinal dos peixes. Contudo, a manifestação de doença somente ocorre quando há um desequilíbrio entre o meio ambiente e o peixe.
Sugestão: ver artigo sobre a" importância da qualidade da água no aquarismo" e "nutrição e alimentação de peixes ornamentais" aquí no Aquablog.
Este artigo servirá também como um pequeno guia ilustrado das principais doenças bacterianas de peixes ornamentais. Espero que aproveitem, afinal procurei tornar este material inédito quanto ao conjunto e fidelidade das informações... Sumário: - Doença Bacteriana da Água Fria - Columnariose - Doença Bacteriana das Brânquias - Septicemias causadas por aeromonas - Septicemias causadas por pseudomonas - Septicemias causadas por edwardsielas - Infecções por Streptococcus - Micobacteriose/Tuberculose - Eritrodermatite, ou Furunculose Doença Bacteriana da Água Fria A Doença bacteriana de água fria é atribuída ao gênero de uma bactéria muito comumente associada a enfermidades de peixes ornamentais. O Flavobacterium, ou Flexibacter, possue inúmeras espécies capazes de causar doença em peixes. Estas duas nomenclaturas (Flavobacterium e Flexibacter) são equivalentes e as espécies incluídas nestes gêneros podem ser encontrados na literatura referenciadas destas duas maneiras. Uma característica marcante destas bactérias é a existência de filamentos. Sendo bactérias filamentosas estão incluídas num grupo nomeado de Mixobactérias. Para o caso em específico da doença da água fria, é o Flavobacterium psychrophilum (também referenciado na literatura como Cytophaga psychrophila). O Flavobacterium psychrophilum manifesta doença em temperaturas de água fria abaixo de 18°C. Como a maioria dos aquários são de temperaturas de água compatíveis com climas tropicais sua freqüência é baixa, no entanto, fica o alerta para criadores de peixes de águas frias. Sinais Clínicos e Patogenia da Doença Bacteriana de Água Fria: o Flavobacterium psychrophilum causa lesões externas na pele (tegumento) e também lesões um pouco mais profundas atingindo a musculatura dos peixes em condições de água fria. As lesões podem ocorrer em todo o corpo, no entanto é na região caudal (no pedúnculo caudal) a sua maior freqüência.
Columnariose
A columnariose é uma doença bacteriana freqüente em peixes ornamentais provocada pela bactéria Flavobacterium columnaris. Também é referenciada na literatura como Flexibacter columnaris e/ou Cytophaga columnari. Assim como a bactéria causadora da doença bacteriana de água fria a Columnariose é classificada como uma Mixobactéria filamentosa. Todos os peixes ornamentais de água doce estão sujeitos a ação da columnariose. Ao contrário da doença bacteriana de água fria esta ocorre em temperaturas de água bastante elevadas. A associação de altas temperaturas do aquário e o excesso de matéria orgânica (acumulada pela falta de sifonagens de fundo e trocas parciais de água) contribuem para o surgimento da columnariose. É notável a susceptibilidade de filhotes de peixes em relação aos adultos. Os mais jovens são efetivamente mais atingidos pelo Flavobacterium comumnaris.
Outro interessante aspecto desta doença é a sua maior patogenicidade em águas de baixa dureza, representando assim, um perigo a mais para as espécies de peixes que preferem condições de baixa dureza da água.
Sinais Clínicos e Patogenia da Columnariose: as primeiras manifestações clínicas da columnariose são cutâneas seguidas das branquiais, podendo por fim, tornar-se generalizadas/sistêmicas. No início da doença há necrose da pele configurando manchas esbranquiçadas na cabeça, corpo e nadadeiras. Posteriormente, nos locais destas manchas, formam-se úlceras hemorrágicas.
É comum observarmos infecções bacterianas associadas conjuntamente com doença parasitária (geralmente protozoários). Estes exemplares de lebistes apresentaram sinais marcantes de columnariose, mas no exame parasitológico foram encontrados também 3 espécies de protozoários (Ictio, Trichodina e Chilodonella). Na prática, quando os peixes estão enfermos é muito comum diagnosticar diversos agentes patogênicos. Mais complexo seria determinar qual é o agente de maior importância em cada caso, bem como quais os fatores que desencadearam a manifestação da doença. Fonte: Rodrigo G. Mabilia
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